As chaminés da vaidade
Cilíndricas ou prismáticas, quadradas ou rectangulares, simples ou elaboradas, as chaminés algarvias são um símbolo da região e uma prova da influência de cinco séculos de ocupação árabe. Um legado arquitectónico e ornamental presente em grande parte das cidades e vilas do sul de Portugal e visível nas ruas estreitas, na estrutura das casas e no ar de minaretes das chaminés que adornam os telhados. E no Algarve não havia duas chaminés iguais, porque os mais ou menos elaborados motivos decorativos dependiam sempre dos dias de construção, do prestígio, da vaidade e das posses do proprietário. Aliás, era costume entre os mestres pedreiros perguntar quantos dias queriam de chaminé para avaliar o valor da chaminé a construir, que se traduzia no tempo que a mesma demorava a erigir. Quanto mais delicada e difícil era a sua elaboração, mais dispendiosa se tornava. A cor predominante era o branco da cal, mas honrosas excepções mostram ainda hoje alguns motivos coloridos, sobretudo em tons ocres e azuis. Esta é uma das principais razões por que as chaminés algarvias ostentam as mais variadas formas, desde as simples ranhuras, aos complicados e belos rendilhados, ou à representação em miniatura de torres de relógio ou de casas. Mas sempre um símbolo visível da arte popular, uma prova de perícia para cada pedreiro e um motivo de orgulho para qualquer proprietário. Mais do que pura utilidade, as chaminés algarvias desempenhavam um papel ornamental, sendo prova disso a presença de duas chaminés nas casas de campo, numa região em que as condições climatéricas pouco o justificam. A chaminé de uso e também a mais simples e mais funcional ficava situada na casa do forno, onde era costume fazer as refeições, enquanto a chaminé rendilhada, mais pequena e personificada, ocupava um lugar de destaque na cozinha da própria casa, compartimento apenas utilizado para receber visitas ou organizar festas. Em termos práticos, a chaminé era considerada um sinal de presença de pessoas nas casas, um bom indício do estado do tempo e o local onde era marcada a data de construção da casa. O interior do Algarve, especialmente Querença, Martinlongo e Monchique são os locais onde melhor se podem contemplar estas seculares chaminés algarvias, uma arte de formas geométricas e rendilhados diversos, rematada a cal, que simboliza o prestígio e a vaidade dos proprietários.
Cilíndricas ou prismáticas, quadradas ou rectangulares, simples ou elaboradas, as chaminés algarvias são um símbolo da região e uma prova da influência de cinco séculos de ocupação árabe. Um legado arquitectónico e ornamental presente em grande parte das cidades e vilas do sul de Portugal e visível nas ruas estreitas, na estrutura das casas e no ar de minaretes das chaminés que adornam os telhados. E no Algarve não havia duas chaminés iguais, porque os mais ou menos elaborados motivos decorativos dependiam sempre dos dias de construção, do prestígio, da vaidade e das posses do proprietário. Aliás, era costume entre os mestres pedreiros perguntar quantos dias queriam de chaminé para avaliar o valor da chaminé a construir, que se traduzia no tempo que a mesma demorava a erigir. Quanto mais delicada e difícil era a sua elaboração, mais dispendiosa se tornava. A cor predominante era o branco da cal, mas honrosas excepções mostram ainda hoje alguns motivos coloridos, sobretudo em tons ocres e azuis. Esta é uma das principais razões por que as chaminés algarvias ostentam as mais variadas formas, desde as simples ranhuras, aos complicados e belos rendilhados, ou à representação em miniatura de torres de relógio ou de casas. Mas sempre um símbolo visível da arte popular, uma prova de perícia para cada pedreiro e um motivo de orgulho para qualquer proprietário. Mais do que pura utilidade, as chaminés algarvias desempenhavam um papel ornamental, sendo prova disso a presença de duas chaminés nas casas de campo, numa região em que as condições climatéricas pouco o justificam. A chaminé de uso e também a mais simples e mais funcional ficava situada na casa do forno, onde era costume fazer as refeições, enquanto a chaminé rendilhada, mais pequena e personificada, ocupava um lugar de destaque na cozinha da própria casa, compartimento apenas utilizado para receber visitas ou organizar festas. Em termos práticos, a chaminé era considerada um sinal de presença de pessoas nas casas, um bom indício do estado do tempo e o local onde era marcada a data de construção da casa. O interior do Algarve, especialmente Querença, Martinlongo e Monchique são os locais onde melhor se podem contemplar estas seculares chaminés algarvias, uma arte de formas geométricas e rendilhados diversos, rematada a cal, que simboliza o prestígio e a vaidade dos proprietários.
Gostei do seu blog e desta chaminé me particular, porque sou um amante das nossas chaminés.
ResponderEliminarSerá com prazer que virei aqui com assiduidade.
Parabéns
Jorge
Grande terra, passei lá a minha infância e adolescência. Pessoas simpáticas e humildes, grandes paisagens... tudo é muito pacífico em S. marcos da Serra.
ResponderEliminarLuís Coelho